Napoleão foi um governante autoritário, mas também foi responsável pela
difusão de várias instituições revolucionárias por toda a Europa.
O governo de Napoleão
se apresenta em dois períodos bem definidos: Consulado e Império.
(A) Consulado
- Este período se caracterizou pela recuperação
econômica e pela reorganização jurídica e administrativa na França (Banco da
França, o “Franco” como novo padrão monetário, o Código de Direito Civil, etc.).
- O governo do consulado era republicano e
controlado por militares, onde três cônsules chefiavam o poder executivo
(Napoleão, Roger Ducos e o abade Sieyés), mas como Napoleão se impôs como
primeiro-cônsul; era ele quem realmente governava.
- Apesar da aparência democrática, criada pela nova constituição, era
Bonaparte quem comandava o exército, propunha novas leis, nomeava os membros da administração e controlava a política externa.
- Durante o governo do consulado as oposições foram aniquiladas, a alta
burguesia consolidou-se e os projetos de emancipação dos
setores populares foram sufocados.
- Com os resultados obtidos neste período Napoleão foi nomeado cônsul
vitalício em 1802, devido ao apoio das elites
francesas, que estavam entusiasmadas com os avanços.
- Um plebiscito foi realizado em 1804 para que os eleitores escolhessem
entre a monarquia e a república como forma de governo. A elite francesa optou
pela monarquia, com Napoleão confirmado como imperador da França.
- O Império foi implantado definitivamente após a mobilização da opinião
pública. Em 2 de dezembro de 1804 coroou-se Imperador, com o título de Napoleão
I, na Catedral de Notre Dame, na presença do Papa Pio VII.
(B) Império
- Napoleão liderou uma série de guerras, expandindo
o domínio francês. Em algum tempo o exército francês se tornou o mais poderoso
da Europa.
- Os britânicos se esforçaram em barrar o crescente
poder da França formando coligações militares internacionais contra Bonaparte.
Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas
fracassou (Batalha Naval de Trafalgar).
- Sem meios militares de derrotar os britânicos, Napoleão
mudou de estratégia. Em 1806 foi assinado em Berlin um decreto napoleônico que
pretendia valer para a Europa toda: o Bloqueio Continental (todos os
países do continente europeu deveriam parar de fazer comércio com os britânicos).
- Entretanto, a indústria francesa ainda não tinha
capacidade de substituir a inglesa (época da Revolução Industrial) e abastecer
a todos os europeus. Com o tempo, o bloqueio perdeu força, a insatisfação
cresceu, Napoleão foi perdendo o controle da situação.
- Os reinos ibéricos (Espanha e Portugal)
dependiam muito dos ingleses para deixar de fazer comércio com eles. Mas não
tinham forças para lutar contra a França. D. João, que governava Portugal,
percebeu que a Espanha foi invadida por tropas francesas por não aderir ao
Bloqueio Continental. Tentou ficar em posição de neutralidade. Com isso,
desagradou igualmente aos britânicos e aos franceses. Declarou aliança aos
ingleses quando as tropas de Napoleão já ingressavam no território português.
Em seguida transferiu o governo português para o Rio de Janeiro. Pouco antes o
rei da Espanha, Fernando VII, foi aprisionado por Napoleão.
- A Rússia tinha aderido ao Bloqueio Continental, após
um acordo com a França (Paz de Tilsit), mas como era um país essencialmente
agrícola e estava enfrentando uma grave crise econômica viu-se obrigado a
abandonar o Bloqueio Napoleônico.
- Em vingança à decisão do Czar Alexandre I, o
governo napoleônico decidiu invadir a Rússia em 1812.
- Os generais acostumados com grandes vitórias
conduziam suas tropas pelo imenso território russo, enquanto as tropas
czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo que servisse aos
invasores (tática de “terra arrasada”).
Napoleão na Rússia |
- Em Moscou as tropas russas começaram a atacar
violentamente as tropas napoleônicas. Nesse momento os franceses estavam com
alimentos e munição racionados. Devido isso Napoleão não teve outra escolha a
não ser fazer a retirada. O rigoroso inverno russo começava. Os franceses
perderam a maior parte de suas tropas nesse retorno.
- A desastrosa campanha militar na Rússia encorajou
outros países europeus a reagirem contra a supremacia francesa. Em 6 de Abril
de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos
invadiu a França e dominou Paris.
- Napoleão foi capturado exilado para a Ilha de
Elba. O trono francês foi entregue a Luís XVII (irmão do guilhotinado Luiz XVI).
- Napoleão conseguiu fugir da Ilha de Elba e voltou
à França em março de 1815. Ele foi recebido em Paris como herói. Instalou-se no
poder, obrigando a família real a fugir, mas a sua permanência no poder durou
apenas cem dias (Governo dos Cem Dias).
- Nova coligação militar internacional entrou em
ação. Napoleão formou um exército improvisado com soldados muito jovens e sem
treinamento adequado. Na última batalha de sua vida (1815) Napoleão Bonaparte
foi derrotado pelas forças britânicas na localidade de Waterloo (atualmente
território da Bélgica). Os ingleses o obrigaram ao exílio definitivo nas Ilhas
Santa Helena (Atlântico Sul), local onde morreu em 1824 (oficialmente por
morte natural).
Congresso de Viena (1814 - 1815)
- Os governantes europeus se reuniram na cidade de
Viena (capital da Áustria) para reorganizar a Europa após a era
napoleônica.
- Liderança da Grã Bretanha, Rússia, Prússia
e Áustria.
- O mapa europeu foi refeito, fronteiras alteradas,
alguns reinos foram criados e outros desapareceram.
- Predominaram os princípios da legitimidade
das dinastias, equilíbrio de forças entre as grandes potências e das nacionalidades.
- Tentaram trazer de volta as práticas do antigo
regime. Mas não conseguiram impor de volta o absolutismo e o mercantilismo.
- Mesmo com todo o conservadorismo, a tendência foi
manter grande parte das instituições e práticas típicas do liberalismo.
Obs – Foi organizada um acordo militar conhecido
como Santa Aliança (Rússia, Prússia e Áustria). O objetivo seria
realizar intervenções militares em qualquer país onde acontecesse uma nova
revolução liberal.
Parabéns! Suas dicas e ideias me ajudarão bastante.
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