Período Joanino (Dom João ficou em má situação, resolveu fugir)
A fase da história de Portugal sob a liderança do filho da rainha Dona Maria I, chamado Dom João, é conhecido como "Período Joanino" (1792 - 1826).
O Príncipe D. João era o segundo filho da rainha D. Maria I. O seu irmão, José, morreu antes de assumir o trono. Por isso, devido ao agravamento da saúde da rainha-mãe, D. João passou a substituí-la no governo de Portugal. Nessa época usava o título de Príncipe Regente.
Devido à decadência sofrida por Portugal nas fases anteriores, D. João enfrentou muitas pressões de reinos mais poderosos. O caso de maior destaque foi o "Bloqueio Continental" imposto pela França, na época do Império Napoleônico.
Na época do bloqueio criado por Napoleão Portugal vivia em forte dependência comercial em relação à Grã Bretanha. D. João não encontrou uma forma de atender a exigência dos franceses. Entendeu que a solução seria ganhar tempo. Manter os dois poderosos vizinhos em relações cordiais, até que a guerra entre França e Grã Bretanha terminasse. Mas, como não atendeu as exigências principais que esses reinos faziam a Portugal, ficou entre os dois. Por muito pouco deixou de sofrer ataques simultâneos de ambos.
No último momento D. João declarou estar ao lado dos ingleses e pediu apoio militar para salvar-se da invasão francesa que já começava a acontecer (dezembro de 1807).
Escoltado por navios militares da esquadra britânica, o Príncipe regente português rumou para o Brasil. Com ele veio toda a família real portuguesa, as principais autoridades do governo, além de muita gente que não queria cair nas mãos das tropas francesas comandadas pelo general Junot. A soma dessa comitiva passava de 15 mil pessoas.
A ideia era transferir a capital (a corte portuguesa) para a cidade do Rio de Janeiro.
D. João foi recebido no Brasil, primeiro em Salvador, depois no Rio de Janeiro, com muitas homenagens e grandes festas.
Na curta permanência na Bahia assinou a sua primeira medida de grande importância para o Brasil: Decreto de Abertura dos Portos Brasileiros para às Nações Amigas. Era o fim do monopólio dos comerciantes portugueses sobre o comércio de importação brasileiro. Mostrou que cedeu às primeiras pressões comerciais inglesas. Na prática, com esse decreto, acabou o pacto colonial (estrutura de dominação e exploração das riquezas da colônia pela metrópole).
Na época do governo joanino no Brasil aconteceram muitos avanços importantes para o país em geral, mas para a cidade do Rio de Janeiro em especial.
Principais medidas e criações.
Econômicas:
- abertura dos portos (livre comércio internacional).
- alvará de liberdade industrial.
- Banco do Brasil.
- Casa da Moeda.
- fundições.
- fábrica de pólvora.
- início da produção de café para exportação.
- tratado de comércio e navegação, com a Inglaterra, assinado em 1810 (ver próxima postagem).
Militares:
- invasão da Guiana Francesa (devolvida à França após a derrota de Napoleão na Europa) e da Banda Oriental do Uruguai (anexada ao Brasil com o nome de Província Cisplatina) - reveja postagem "sugestão de férias".
- escolas militares.
Educação e cultura:
- Teatro São João (Rio de Janeiro).
- Jardim Botânico (Rio de Janeiro).
- escolas médicas (Salvador e Rio de Janeiro).
- Missão Artística Francesa (Rio de Janeiro) - aguarde postagem sobre esse tema.
Melhorias urbanas no Rio de Janeiro:
- expansão urbana com novos bairros (alguns eram de luxo).
- abertura da novas ruas e caminhos.
- drenagem de pântanos.
- pavimentação de ruas.
- ampliação da iluminação pública (lâmpadas a óleo de baleia).
Políticas:
- criação do "Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves" (1815).
- coroação do rei Dom João VI (1816), no Rio de Janeiro.
- Revolução Pernambucana de 1817 (tentativa de independência de uma parte do Nordeste brasileiro).
- Revolução Liberal do Porto (1820) - fim do absolutismo português (D. João foi forçado a voltar para Lisboa, com poder reduzido).
Antes de sair do Brasil (1821), o rei D. João nomeou o seu filho mais velho, Pedro, como Príncipe Regente do Brasil. Retornou a Portugal, mas nunca mais conseguiu ter de volta seu poder de rei absolutista. O centro do poder português passou a ser uma assembleia revolucionário e liberal conhecida como "Cortes de Lisboa" (parlamento).
Nas próximas postagens complementaremos as informações a respeito dessa época.
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