A família real portuguesa foi transportada para o Brasil escoltada por navios militares britânicos, que protegiam Dom João de uma possível perseguição pelas tropas francesas de Napoleão.
OBS - Para assistir programa da Globo News a respeito da transferência da Corte portuguesa, acessar link:
https://www.youtube.com/watch?v=OUXzSyaMIc&list=PLjxrcR7RuGwzz78ENa9NQVyzVq8gc345k
A dependência econômica de Portugal, em relação à Inglaterra, aumentou nessa época.
O Príncipe regente foi pressionado a liberar a entrada de navios estrangeiros em portos brasileiros, para fazer comércio. O "Decreto de Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas" (1808), na prática, foi o fim do pacto colonial (acabou o monopólio português sobre o comércio brasileiro).
As facilidades comerciais para os britânicos foram muito ampliadas em 1810. Nesse ano foram assinados alguns tratados entre Portugal e Grã Bretanha. Destacamos o "Tratado de Comércio e Navegação", que dava aos produtos de origem britânica taxas alfandegárias mais baixas ao entrarem no Brasil (os produtos de outras nacionalidades pagavam taxas mais altas, encarecendo-os para o consumidor brasileiro). Os produtos britânicos ficavam mais baratos, por isso, eram muito consumidos pelos brasileiros.
Tratado de Comércio e Navegação
(com a Inglaterra)
taxas alfandegárias e origens dos produtos
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Britânicos
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Portugueses
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Outras nações amigas
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15%
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16%
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24%
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Consequências:
- o custo de vida no Brasil diminuiu e a economia foi dinamizada (agricultura, comércio, serviços, etc.).
- os comerciantes portugueses sofreram com a rápida diminuição de suas vendas no Brasil.
- para os ingleses, o mercado consumidor brasileiro compensava, em parte, as perdas causadas pelo Bloqueio Continental napoleônico, na Europa.
II - Missão Artística Francesa no Brasil
A influência cultural europeia sobre o Brasil cresceu com a transferência da corte portuguesa em 1807/1808.
A partir de 1815, após a queda de Napoleão, os laços com a França foram reatados.
Le Breton Debret
Nicolas Taunay Gran Jean de Montigny
Em 1816 desembarcou no Rio de Janeiro um grupo de franceses, sob a liderança de Joachin Lebreton. Ficou conhecido como "Missão Artística Francesa". Esse grupo era formado por artistas como Jean Baptiste Debret, Nicolas-Antoine Taunay, Gran Jean de Montigny, entre outros.
O objetivo era a criação de uma escola de belas artes, mas essa demorou muito a ser realizada.
Academia Real de Belas Artes e Casa França Brasil (projetos do arquiteto Gran Jean de Montigny)
Esses franceses foram importantes para o Brasil pois introduziram o estilo neoclássico nas artes plásticas e arquitetura. Além disso, paisagens, costumes e personagens da época foram retratados por eles.
Vista do Morro de Santo Antônio - Taunay
III - Revolução Liberal do Porto
A crise econômica e financeira de Portugal foi agravada devido à transferência da corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, além de todas as medidas tomadas por D. João.
A liderança da burguesia portuguesa criou uma revolta política em 1820, na cidade do Porto. O movimento desenvolveu-se para um processo revolucionário liberal. Espalhou-se para outras regiões de Portugal, inclusive Lisboa.
Os revolucionários exigiam o retorno da corte para Lisboa. Acabou o absolutismo português, embora D.João VI fosse mantido como rei (poder limitado).
Foi criada uma Constituição.
Os revolucionários criaram um parlamento chamado de "Cortes de Lisboa".
Reunião das Cortes de Lisboa
Inicialmente a reação dos brasileiros foi favorável à Revolução do Porto. Quando chegaram aqui as notícias completas, souberam que desejavam o fim do reino Unido (o Brasil voltaria ao status de colônia) e o retorno do monopólio comercial português sobre o Brasil. Isso a elite brasileira não aceitava.