Será nova ainda?
A fase do "período republicano" em que vivemos é frequentemente chamada de "Nova República". Mas, com tudo o que tem acontecido ultimamente, será que ainda é correto chamá-la "Nova"?
Por que essa denominação foi usada?
É fácil explicar. Depois de um longo período em que os brasileiros viveram sob governos autoritários, liderados por generais que se revezavam na Presidência da República, havia grande ansiedade popular por uma fase nova, sem censura aos meios de comunicação e com escolha livre e direta de representantes e governantes (eleições).
Em 1982 tivemos escolha eleitoral direta para governos estaduais. Isso aconteceu depois de um longo tempo em que o país conviveu com eleiçoes indiretas, controladas e viciadas para escolher governadores. Foi um importante passo para a ansiada "redemocratização" do país.
Entretanto os líderes dos partidos de oposição aos governos militares tinham pressa, desenvolveram uma campanha política, que ficou conhecida como "Diretas Já" (Campanha das Diretas). Foi uma tentativa de pressionar o Congresso Nacional a aprovar uma mudança na constituição que recriaria a eleição direta também para Presidente da República. Entre 1983 e 1984 a população experimentou um crescente envolvimento na campanha pelas diretas. Grandes multidões se reuniram em comícios, em várias cidades. O objetivo era pressionar o Congresso a aprovar a mudança.
No dia da votação no Congresso, a oposição conseguiu a maioria dos votos, mas isso não foi o suficiente. As alterações no texto constitucional exigem 2/3 (dois terços) dos votos no Congresso.
Após o fracasso da campanha pelas eleições diretas surgiu uma outra possibilidade. A estratégia foi lançar um candidato de oposição com chances de derrotar o candidato do governo, mesmo nas eleições indiretas.
O político escolhido foi o governador de Minas Gerais, Tancredo Neves. Ele derrotou o paulista Paulo Maluf e animou o Brasil com projetos e propostas bastante democráticas.
Foi Tancredo quem passou a usar a expressão "Nova República" para a fase que começou após a sua eleição indireta.
Mesmo com a morte de Tancredo Neves (1985) antes de tomar posse, a redemocratização avançou no Brasil. Passamos a ter uma nova constituição, em 1988, no governo de José Sarney. Seguiu-se a eleição direta que escolheu Fernando Collor (1989), que sofreu afastamento por processo de Impeachment em 1992. Depois veio o governo Itamar Franco, que era o vice presidente de Collor, dando início ao Plano Real. Em 1994 foi eleito Fernando Henrique Cardoso, que foi reeleito em 1999. Luis Inácio Lula da Silva foi eleito em 2002 e reeleito em 2007. Por último, em 2010, aconteceram as eleições que levaram Dilma Rousseff a estar até o presente momento à frente do governo da república.
Nos últimos anos a estrutura política originária da redemocratização tem sofrido crescentes críticas e gerado grande insatisfação popular. Mas, para conhecer os momentos seguintes da história, precisaremos acompanhar no dia a dia, pois ela ainda está em processo de construção.
Em aula, faremos exercícios com valor de pontuação para a 1ª Certificação: turmas 901 e 903, na 3ª feira (29/3); turmas 902 e 904, 5ª feira (31/3). Não se esqueça de levar o seu livro de História para consultas.
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